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João Lucas Batista
Jornalista
A pausa do Rugby e suas consequências
Equipe de alto rendimento enfrenta pandemia com adaptações na rotina e comprometimento dos atletas
Texto na íntegra
Reportagem para a revista Foca em Foco.
O surgimento da pandemia do novo Coronavírus prejudicou de modo geral toda a população. Além das profissões mais comuns no dia a dia, os esportistas se depararam com o cancelamento de jogos e a descontinuação de todo um planejamento físico elaborado para atletas de alto nível. E agora, como lidar com a pausa dos jogos, e de qual maneira o corpo reage a este período atípico?
Para contextualizar, vários campeonatos de grande repercussão, como por exemplo a Série A e B do Campeonato Brasileiro de Futebol, retornaram após meses suspensos. Trazendo a discussão para o Vale, o rugby, - esporte no qual equipes da região têm obtido destaque nacional - não retornou com os jogos, suspendendo os torneios da modalidade.
O Jacareí Rugby, está sem disputar jogos oficiais desde março, por determinação da Confederação Brasileira de Rugby. Por conta disso, todos os envolvidos com a agremiação precisaram se adaptar, principalmente os jogadores que fisicamente mais sofrem com a paralisação.
Matheus Cruz, jogador do Jacareí Rugby e da Seleção Brasileira de Rugby diz que a atual situação é de adaptação. ‘’Primeiramente os treinamentos, você ter que se readaptar para treinar em casa é muito difícil, poucos tem uma boa estrutura para se manter em boa forma. Você está treinando na academia com pesos, cargas adequadas e depois se adaptando com mochila e saco de arroz. ’’
Outro fator agravado pela pandemia é a falta de estímulo, já que atletas de alto nível e em competições constantes estão buscando a melhor forma física e a aprimoração de seus fundamentos no jogo. A pressão da torcida, necessidade de acumular vitórias e a disputa por posição, são os principais combustíveis para o foco do atleta em se manter em boa forma.
Com a fase ímpar de pandemia, o atleta Eliel Silva, explica a importância de manter a torcida para que a fase atual tenha um desfecho, levando em consideração o que os atletas passaram para hoje representarem um clube de prestígio no esporte. ‘’É muito difícil manter o foco e o entusiasmo, porém, devemos nos apegar às coisas que nos fizeram chegar até aqui. [...] Temos que nos preparar para tudo o que vier’’, afirmou Eliel.
Como os relatos dos atletas puderam exemplificar, o cancelamento dos jogos causou uma adaptação nos treinamentos, assim como impactos no foco e estímulo dos atletas. Ainda sobre eles, outra grande preocupação do clube é dimensionar como a paralisação dos jogos podem afetar fisicamente os jogadores. Segundo Renato Costa, fisioterapeuta do Jacareí Rugby, a importância maior, é dar atenção aos atletas que voltaram recentemente de lesões. ‘’Os músculos que já sofreram com alguma lesão recentemente são os músculos mais afetados por conta da paralisação dos treinamentos. ’’ Renato também explica que a retomada de aptidão física e resistência dos atletas deve ser feita com um planejamento visando o reinício dos jogos, uma extensa pré-temporada para minimizar os danos esportivos.
Retomada
Ainda não há alguma data estipulada oficialmente pela Federação Paulista de Rugby ou pela Confederação Brasileira de Rugby para o retorno dos jogos oficiais. Enquanto isso, o treinador da equipe Arthur Mota, tem se dedicado a passar instruções aos jogadores de maneira remota, já que os treinos foram suspensos desde o início da pandemia.
‘’Estamos fazendo encontros virtuais e estimulando os jogadores para estarem por dentro das questões teóricas que envolvem o rugby em si. Assistindo nossos jogos passados, tentando explorar esse mundo tecnológico para se manter em contato com o pessoal. ’’ Comentou o técnico.
Definitivamente, a pandemia causou prejuízos ao planejamento das equipes para a atual temporada o que provavelmente acarretará em efeitos negativos para a próxima. Os clubes da região terão o desafio de retornar para os jogos tentando minimizar os contratempos ocorridos neste ano, visando manter a competitividade, e apesar de não ser o ideal, devem usufruir da tecnologia para suprir as dependências geradas pela paralização.

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